III SIMPÓSIO DE IPU
09/04/2011 14:51
“O passado concentrado no presente que cria a natureza humana por um processo de continuo reavivamento e rejuvenescimento”. Hegel
Toda sociedade, entendendo como uma rede de interdependência de indivíduos entre si tende a configurar com o decorrer do tempo um programa de conhecimento, sem o qual ela não resistiria para traduzir e produzir sua longa história. Esse conhecimento gestado num dado espaço habitado é capaz de organizar e estruturar a forma de vida e pensamento desses indivíduos. A durabilidade desse conhecimento ocorre da capacidade de transmissão do seu conteúdo de uma geração de indivíduos para outra por meio de distintas combinações e modos a renovar sociedade.
O núcleo desse conhecimento, na maioria das vezes, consiste primordialmente em proporcionar aos indivíduos em processo de crescimento, sem deixar de fornecer-lo durante toda sua vida, a aquisição de uma fonte substancial de orientação para que possa saber atuar nas cadeias de interações sociais que está inserido e as que venham se inserir de forma exitosa.
Quanto mais eficiente for o fornecimento deste teor cognitivo para que o agente produza as percepções das posições que estar inserido e abrigado na rede societal - formada por outros agentes, maiores são as chances de reconhecimento por parte do agente do lugar que ocupa, por conseguinte, de si mesmo. A situar-se na rede e estabelece o local preciso de onde se encontra posicionado naquele instante, ele geralmente tende a interagir de maneira solidária e cooperativa, já que pode refletir e avaliar sobre os feixes sociais e culturais da rede que o sustenta em forma de indivíduo e o compõe como pessoa, sem os quais ele desaparecia.
À medida que avança a distribuição desse conhecimento - bussolar[1] de situar o agente na rede para estabelecer o local preciso de onde ele pode se posicionar para interagir com outros em seu território de rede, ou seja, na sua teia, menor é a dinâmica do agente se considera a partir de uma imagem de super-homem ou de um reino em si.
Como o agente ou as gerações, ao nascer, herda, a maioria das redes/figurações que está inserido muitas vezes, não tem o poder de escolher, nem de compreender a cadeia a qual está envolvido, cabendo a terceiros a explicação por meio de perspectivas antropológicas, filosóficas, geográficas, históricas, sociológica, teológicas, ou do próprio senso comum.
Assim esse III Simpósio de Ipu, com a temática Pensar o pensar cearense numa visão ibiapabana busca conferir dialogicamente as explicações que essas perspectivas que se construíram e inventaram a respeito do Ceará que, terminou contribuindo para sedimentar o pensamento dos cearenses a respeito de si e do seu lugar no futuro como agentes ou não, determinou um impasse de auto-reconhecimento do seu povo, por conseguinte de elaborar o projeto de desenvolvimento.
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