Criatividade. Palavra de defi nições múltiplas, que remete intuitivamente à capacidade
	não só de criar o novo, mas de reinventar, diluir paradigmas tradicionais,
	unir pontos aparentemente desconexos e, com isso, equacionar soluções para
	novos e velhos problemas. Em termos econômicos, a criatividade é um combustível
	renovável e cujo estoque aumenta com o uso. Além disso, a “concorrência”
	entre agentes criativos, em vez de saturar o mercado, atrai e estimula a atuação
	de novos produtores.
	
		Essas e outras características fazem da economia criativa uma oportunidade de
	
		resgatar o cidadão (inserindo-o socialmente) e o consumidor (incluindo-o economicamente),
	
		através de um ativo que emana de sua própria formação, cultura
	
		e raízes. Esse quadro de coexistência entre o universo simbólico e o mundo concreto
	
		é o que transmuta a criatividade em catalisador de valor econômico.
	
		Cultura e economia sempre andaram pari passu, já que a interpretação de ambos
	
		os conceitos refl ete uma época e seus valores. Bens e serviços culturais e criativos
	
		estão enraizados em nossas vidas e são consumidos sem necessariamente
	
		ser intermediados pelo mercado. A questão crucial é que a sustentabilidade da
	
		produção cultural depende da capacitação de talentos (o que implica a possibilidade
	
		de o produtor cultural sobreviver de sua produção ou ter tempo ocioso
	
		para se dedicar a ela de maneira diletante); que essa produção ou tradição circule
	
		(garantindo assim a renovação da diversidade cultural); e que o acesso a essa produção
	
		seja garantido (em especial dos jovens), em um jogo de forças da cultura
	
		de massas acirrado pela globalização.
